quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A CONFIGURAÇÃO POLÍTICA DA ELEIÇÃO CARIOCA DE 2012 (FINAL)
















  • Otávio Leite
Partido: PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira)
É formado em Direito e professor universitário, especialista em Políticas Públicas, pela UFRJ. Foi vereador por três mandatos consecutivos (1993-2003) e deputado estadual (2003-2005). Atualmente, exerce o segundo mandato de Deputado Federal pelo Rio de Janeiro (2007 – em exercício). Otávio Leite é afilhado de batismo (segundo a tradição católica romana) do falecido ex-presidente Juscelino Kubitschek e teve como avô o senador Júlio Leite.
O PSDB é um fenômeno não muito esclarecido no jogo político brasileiro. Os militantes se classificam como um partido de centro-esquerda. No entanto, por considerarem que o partido tem posturas e conotações liberais, os intelectuais de esquerda o consideram como centro-direita. Todavia, a figura do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), seu principal líder, põe em cheque esta afirmação. Além do PSDB, ser oriundo das bases do PT, FHC foi pesquisador ativo do grupo de estudo sobre o marxismo e, especialmente, da obra O Capital de Karl Marx. Contudo, o PSDB, programaticamente, defende a ideologia do estado reduzido para a possibilidade do serviço mais eficiente. 

  • Rodrigo Maia
Partido: DEM (Democratas)
Deputado Federal pelo Rio de Janeiro por três mandatos consecutivos. Iniciou a carreira política como secretário da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, administrada a época pelo, então prefeito, Luiz Paulo Conde, do extinto PFL (Partido da Frente Liberal). Estudou economia, mas não se formou. É filho do ex-prefeito César Maia que obteve três mandatos a frente da prefeitura da Cidade Maravilhosa. Quem ocupará a candidatura do cargo de vice-prefeito é a atual Deputada Estadual, Clarissa Garotinho (PR – RJ), filha do ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, Antony Garotinho.
O DEM, antigo PFL, é um partido de centro-direita cuja ideologia é conservadora e liberal. O partido foi peça vital para aprovação do Plano Real e base de sustentação política para o governo FHC.
Um fato que marcará o partido e os  eleitores carioca é a aliança, no mínimo polêmica, firmada este ano com o PR (Partido Republicano). Tal aliança representa a reconciliação (será?) de Antony Garotinho e Cesar Maia, algo impensável há alguns anos. Digo reconciliação, porque antes de ambos exercerem os cargos majoritários, governador e prefeito respectivamente, eram colegas do mesmo partido, o PDT (Partido Democrático Trabalhista) do ex-governador Leonel de Moura Brizola.

Estes são os candidatos à prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Do ponto de vista do processo eleitoral, será ― após as eras Brizola (PDT), Marcelo Alencar (PDT) e César Maia (PDT - PFL - PTB - PFL) ― uma das eleições mais disputadas na federação brasileira. Há tempo que, no processo político carioca, não aparecem alternativas com verdadeiras chances de êxito.
Em não mudando o panorama político carioca, o atual prefeito, Eduardo Paes, mesmo com a máquina pública a seu favor (estadual e municipal, pois é interesse do Governador Sérgio Cabral que ele se reeleja) terá dificuldades para confirmar a sua reeleição no primeiro turno.
A Deputada Aspásia Camargo representa um partido que se fortaleceu nos últimos pleitos eleitorais: o PV. As candidaturas do ex-deputado Fernando Gabeira (a prefeito e governador do Rio de Janeiro) e a da ex-ministra e ex-senadora Marina Silva (a Presidente) substanciaram a legenda. Se Aspásia Camargo terá força e habilidade política para ter vantagem nessa plataforma, só o processo dirá. Mas, penso eu, é quase certo que não terá.   
Nesse confronto político aparece o Deputado Marcelo Freixo muito bem avaliado em seu mandato, terá a simpatia da classe artística como resultado da candidatura a vice de sua chapa, o músico Marcelo Yuka. Atualmente, é o deputado Marcelo Freixo o maior puxador de votos do PSOL estadual.
O Deputado Federal Otávio Leite exerce um papel de liderança no PSDB na câmara federal. Ele cresceu muito como parlamentar e poderá oxigenar o PSDB carioca que, desde Marcelo Alencar, não consegue emplacar um nome consubstancial para o pleito eleitoral da Cidade Maravilhosa.
Mas tudo caminha para a polarização  entre o PMDB, de Eduardo Paes e o DEM, de Rodrigo Maia. Este fez uma coligação polêmica, mas ao que parece, eleitoralmente eficiente. Sua vice é a Deputada Estadual Clarissa Garotinho. A união entre ambos corresponde algo muito forte nos bastidores da política carioca: a reconciliação de seus respectivos pais, César Maia e Antony Garotinho. Estes outrora ferrenhos adversários, mas agora aparentemente coligados, têm um reduto eleitoral fiel na cidade. Naturalmente, a força e a renovação política, representadas por Rodrigo e Clarissa, poderão determinar o pleito deste ano.
Prezado leitor e eleitor cristão, é sua a responsabilidade de se informar do programa político de cada candidato. Você é cidadão do céu, mas da terra também; alimenta-se do “maná” espiritual, mas do pão terreno também; é filho do dono do ouro e da prata, mas só terá legitimidade de adquiri-las pelo suor do teu rosto. Portanto, você precisa informar-se do conteúdo programático dos candidatos. Pois o nosso contexto vivencial e suas implicações sociais, econômicas e éticas promanam de decisões políticas.
         Informe-se e não fuja da sua responsabilidade!

Em Cristo,
M.O.O.
Rio de Janeiro - RJ


REFERÊNCIAS

http://www.cartacapital.com.br/politica/freixo-yuka-uma-candidatura-contra-a-mesmice/ acesso em 10/04/2012.
www.aspasiacamargo.com.br
www.eduardopaes.com.br
psol50.org.br
www.marcelofreixo.com.br
www.otavioleite.com.br
www.rodrigomaia.com.br


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A CONFIGURAÇÃO POLÍTICA DA ELEIÇÃO CARIOCA DE 2012 (PARTE 2)




      Retomando a configuração política da Eleição carioca de 2012, gostaria de apresentar os principais candidatos do município carioca.
     A segmentação social do município do Rio de Janeiro apresentará, como nas eleições presidenciais de 2010, o fator religioso: os segmentos católico e evangélico.
       Mesmo sabendo que o tema do aborto, da homossexualidade e da eutanásia não é decidido pelo poder executivo; certamente tais assuntos farão parte da pauta de debates eleitorais no município carioca.
       Vamos aos fatos!
       Os candidatos dos seus respectivos partidos são:

  • Aspásia Camargo
Partido: PV (Partido Verde)
Socióloga, ambientalista e professora da UERJ. Atualmente exerce o mandato de Deputada Estadual.
Os principais aspectos programáticos do Partido Verde é o desenvolvimento sustentável, o parlamentarismo, a democracia direta e o poder local representado pelo municipalismo. 

  • Eduardo Paes
Partido: PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro)
Formado em direito e tentando a reeleição, é o atual prefeito da Cidade do Rio de Janeiro.
O PMDB promanou do MDB, o Movimento Democrático Brasileiro. Este movimento liderou a famosa campanha das Diretas Já. Dele, surgiram importantes lideranças como Ulysses Guimarães, Franco Montoro e Tancredo Neves. O atual Senador do Estado do Rio Grande do Sul, Pedro Simon, é um membro histórico do MDB. Ele ainda permanece no atual PMDB. Este, atualmente, é conhecido mais pelo seu fisiologismo e pragmatismo político. Não há qualquer aspecto programático do PMDB que possa ser descrito honestamente. O fisiologismo praticado por ele é duramente criticado pelos membros independentes do partido. A figura de Pedro Simon representa a ala do inconformismo.

  • Marcelo Freixo
Partido: PSOL (Partido Socialismo e Liberdade)
Atualmente é Deputado Estadual em segundo mandato. Em 2009, presidiu a Comissão dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa. Exerceu também a presidência da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Milícias que objetivava investigar ligações de parlamentares com grupos de extermínios paramilitares. Exerce, hoje, a vice-presidência da CPI do TCE cujo objeto de investigação é a apuração de crimes praticados por conselheiros e técnicos do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. O seu vice é o ex-baterista da banda o Rappa, Marcelo Yuka. Ele é músico e pela primeira vez entrará numa corrida política.
O PSOL representa hoje a esquerda tradicional. O partido se constituiu a partir das dissidências de membros do PT (Partido dos Trabalhadores) e do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado). Por não concordarem com rumo do governo Lula, a partir da Reforma da Previdência dos servidores públicos, realizada no primeiro mandato, eles fundaram o então partido alternativo; que supostamente permaneceria tradicional aos moldes da antiga e velha esquerda petista.

(Continua...)